Estado do músico é "muito grave", mas hospital desmente que tenha entrado em morte cerebral
O estado de saúde de Angélico Vieira é, segundo os relatórios médicos apresentados à família, "muito grave", mas não é verdade que o cantor e actor de 28 anos esteja em morte cerebral, como chegou ontem a ser noticiado. No entanto, António Barros, assessor do Hospital de Santo António, confirmou ontem ao i, ao final da tarde, que Angélico continuava ligado ao suporte básico de vida.
No domingo, o ventilador de Angélico chegou a ser desligado por alguns segundos e o músico conseguiu respirar sozinho, contou à TVI fonte próxima da família: "Há algumas reacções, pequenas, que ele vai tendo. Ontem [domingo] desligaram- -lhe o ventilador durante alguns momentos e ele respirou sozinho. Depois voltaram a ligá-lo ao ventilador para não ficar cansado", contou a mesma fonte.
Ontem à noite, familiares, amigos e fãs do cantor concentraram-se à porta do hospital, no Porto, numa vigília que arrancou às 21h. A agente de Angélico, Cristina Paiva, apelou a que todos os participantes levassem uma vela "para fazer uma corrente de luz durante meia hora". Na vigília esteve o pai do ex- -D''Zrt, que chegou de Angola ontem de manhã e passou o dia no hospital.
Ontem passaram as primeiras 48 horas depois do acidente ocorrido no sábado, às 3h15 da madrugada, ao quilómetro 258 da A1, no sentido Porto-Lisboa, perto da saída para Estarreja. Os primeiros dois dias são o período mais crítico para os doentes considerados em estado grave. De qualquer forma, segundo os especialistas, no caso de Angélico, que continua internado na unidade de cuidados intensivos, o risco de morte não está ainda posto de parte. O músico sobreviveu às primeiras 48 horas, mas ainda há uma longa batalha pela frente.
O neurocirurgião João Lobo Antunes explica que nos casos de traumatismo crânio-encefálico grave em que ocorre perda de massa cerebral tudo depende da zona do cérebro afectada e da força do impacto. No entanto, a recuperação é possível.
"O teste que se segue é voltar ao dia-a-dia. Por vezes há perda de memória e dá-se como que um regresso à infância, o doente tem de reaprender regras e comportamentos e por vezes não é capaz de controlar os impulsos mais primários."
Angélico despistou-se quando conduzia um BMW, sem cinto de segurança e sem seguro, e na origem do acidente terá estado, segundo a GNR, o rebentamento de um pneu. No carro seguiam outras três pessoas. Uma delas, uma rapariga de 17 anos, também está internada nos cuidados intensivos, tendo ficado gravemente ferida. Só o ocupante que seguia no lugar do pendura levava cinto de segurança, e escapou com ferimentos ligeiros. O acidente causou a morte a Hélio Filipe, 25 anos, amigo de Angélico, que seguia no banco de trás e foi projectado para fora do carro, tendo sido depois atropelado.
Angélico preparava-se para lançar um projecto a solo, depois do fim da banda D''Zrt. O acidente está a provocar uma onda de solidariedade. No Facebook foram criados vários grupos de apoio, que já reúnem cerca de 4 mil fãs e as linhas telefónicas do hospital chegaram a estar entupidas.
Fonte:IOLINE
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