sábado, 25 de setembro de 2010

Seia FC em risco por falta de campos para treinar

Com as obras no Estádio Municipal clube ficou sem espaço para desenvolver actividade desportiva
Câmara Municipal propõe que até ao final de Outubro os jogos decorram em Santiago, Torroselo ou Santa Comba.
O Seia Futebol Clube corre o risco de parar a actividade por falta de espaços desportivos para treinar. A conclusão surgiu após uma reunião com os pais e encarregados de educação e posteriormente com a Câmara Municipal.
Desde o passado dia 1 de Setembro – início da época desportiva – que cerca de 300 atletas, distribuídos por dez escalões, não podem utilizar o Estádio Municipal por se encontrar em obras.
A relva do equipamento desportivo já tinha cerca de oito anos e devido à «utilização intensiva» da última época, a autarquia viu-se obrigada a proceder à sua substituição. A obra deveria ter começado a 19 de Julho mas atrasou-se um mês, tendo iniciado apenas em Agosto, motivo pelo qual o novo relvado ainda não está pronto, esperando a Câmara Municipal que tal aconteça até ao final de Outubro.
O atraso das obras deveu-se também ao estágio de pré-época que o Paços de Ferreira decidiu realizar em Seia. A Câmara entendeu esperar que tal acontecesse porque a relação com os clubes da 1ª Divisão Nacional «pode dar bons frutos» para os clubes do concelho, nomeadamente para o Seia FC, salientou Carlos Filipe Camelo durante a reunião com os pais e encarregados de educação dos jovens que frequentam o clube da cidade.

Câmara solicitou Estádio de São Romão

Atendendo a que na época passada o Estádio Nossa Senhora da Conceição, em São Romão, recebeu um piso sintético, as equipas da Associação Desportiva tiveram que utilizar o Municipal, “obrigando” o Seia FC a calendarizar a sua actividade, disponibilizando horas de treino.
O mesmo estava a Câmara à espera que acontecesse este ano. Para isso, atendendo ao atraso da obra, reuniu com a Junta de Freguesia – proprietária do espaço – a quem efectuou a proposta, sendo os dois clubes informados do pré-entendimento entre as duas autarquias. Apesar de a direcção da Associação Desportiva não ter visto qualquer inconveniente, posteriormente, a equipa técnica apresentou um calendário onde disponibilizava apenas o período a partir das 22 horas para treinos.
De acordo com Filipe Camelo, Seia precisa de treinar mas São Romão também e as cerca de 20 equipas que os dois clubes dispõem utilizam essencialmente o horário entre as 18 e as 20 horas para treinos. Como este é o horário que os pais entendem adequado para autorizaram os seus filhos a participar nos treinos, o Seia FC reuniu com os encarregados de educação e informou-os de que não havia condições para se dar início à prática desportiva.
«Impotentes» para resolver sozinhos a situação, a direcção do Seia FC ameaçou demitir-se, mas os pais entenderam que deveriam solicitar uma reunião à Câmara Municipal para se tentar solucionar o problema. O encontro teve lugar no passado sábado e Filipe Camelo deu conta de todos os passos que foram dados para que o campo de São Romão fosse disponibilizando.
Não tendo sido isso que acabou por acontecer, comunicou que «há outros equipamentos que estão disponíveis», como Santiago, cujo campo necessita de uma intervenção, Torroselo, Santa Comba e o sintético ao lado do pavilhão municipal de São Romão. «As condições não são as melhores, mas estamos aqui a falar de um período de um mês e meio», salientou o autarca, que se dispôs a «minorar os problemas» até ao início dos campeonatos.
Esta semana, as equipas técnicas do Seia FC deverão informar a Câmara Municipal de quantos espaços de treino precisam para que a autarquia contacte as respectivas juntas de freguesia para obter autorização.
Perante uma plateia composta essencialmente por pais, mas também por muitos atletas, Filipe Camelo adiantou que a Câmara Municipal «não fugirá à ajuda» mas espera que os pais façam o mesmo, podendo colaborar no transporte dos seus filhos da escola para o treino ou deste para casa.

Câmara descarta a hipótese de haver campo de apoio junto ao Municipal

O presidente do Seia FC fez questão de esclarecer que nada o move contra São Romão, mas adiantou que a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia «foram enganadas» porque a proposta para ir treinar a São Romão «não foi nossa». «Fomos chamados para uma reunião, disseram-nos que era assim e desde o início de Setembro que «andamos a ser enganados». Afirma que a Câmara Municipal «também foi enganada» porque se tivesse sido informada de que não haveria possibilidade «tinham-se estudado outras hipóteses e não tínhamos andado aqui a perder tempo», frisou César Fernando.
Carlos Filipe esclareceu que a autarquia «não se sente enganada», mas que este impasse de 15 dias «é falta de bom senso», mas que não podia haver «uma intervenção musculada» da Junta de Freguesia para com a Associação Desportiva, porque «iria trazer mais prejuízos do que benefícios» e a Câmara «não queria resolver o problema a Seia e criar outro em São Romão».
Como conselho final, o autarca pediu aos pais, técnicos e dirigentes para que haja boas relações desportivas entre os clubes, «porque todos somos colegas de escola, de trabalho, de café», vivendo numa comunidade que se deve ajudar mutuamente.
Não querendo «ser megalómanos», o presidente do Seia FC aproveitou para dizer que o clube foi constituído porque «sabíamos que havia condições para haver diversos escalões a funcionar ao mesmo tempo». César Fernando lamenta, contudo, o facto de liderar «o único clube» no distrito que não tem campo para treinar. Como pedido final, e para que não haja dispersão de actividade desportiva, o dirigente pediu à autarquia para «equacionar» a possibilidade de haver um campo de apoio junto ao Estádio Municipal, mas Filipe Camelo frisou que os clubes devem utilizar os equipamentos que já existem, considerando-os «suficientes» para a prática desportiva.


Fonte: Porta da Estrela

1 comentário:

*Tita* disse...

So tenho a dizer que mereciamos mais apoio!!!
Acaba por ser lamentavel tudo isto e nunca pensei que isto podia acontecer!