A mais recente edição da "The Women's Technician", publicação oficial da UEFA, destaca a contínua evolução do futebol feminino, comprovada pelo Campeonato da Europa do último Verão.
A Alemanha conquistou, no último Verão, o seu quinto Campeonato da Europa de Futebol Feminino consecutivo e a "The Women's Technician", publicação oficial da UEFA, explica como a fase final da competição comprovou a contínua e rápida evolução do futebol feminino.
A mais recente edição da revista apresenta uma reportagem sobre a primeira Conferência de Treinadores de Selecções Nacionais Femininas da UEFA, realizada em Novembro, em Nyon, onde representantes de 51 das federações membro da UEFA se juntaram para partilhar conhecimentos e experiências, e para falarem das lições a retirar do Campeonato da Europa do Verão passado.
Mais de sete milhões de telespectadores na Alemanha viram a sua selecção erguer o troféu na Finlândia, e os delegados presentes na conferência mostraram-se de acordo ao afirmarem que a audiência televisiva sem precedentes foi acompanhada de grandes melhorias dentro das quatro linhas.
"Muitas das selecções presentes impressionaram-me", reconheceu a seleccionadora alemã, Silvia Neid. "Os jogos foram disputados a grande velocidade e diria que as diferenças a nível de treino, jogo posicional e tácticas em comparação, por exemplo, com a fase final de 1997, são simplesmente abissais".
O director-técnico da UEFA, Andy Roxburgh, concordou e realçou as melhorias a nível das guarda-redes, qualidade de cruzamento e finalização, e uma maior flexibilidade táctica. "As principais selecções provaram como a constituição da equipa é importante", destacou. "Uma estrutura defensiva disciplinada e uma linha de ataque fluida e criativa tiveram grande relevo".
A disciplina defensiva, contudo, não impediu que se registasse no torneio uma média de três golos por jogo, apenas ligeiramente abaixo da registada na edição de 2005 e superior à verificada nas duas edições anteriores a essa. Mas as melhorias defensivas levaram, efectivamente, a que os treinadores se vissem forçados a inovar tacticamente, com destaque para a aposta na execução de rápidos contra-ataques. "Trabalhámos muito na conquista da bola a meio-campo e no lançamento de movimentos de ataque rápidos e verticais", explicou Neid, cuja equipa contribuiu para que 22 por cento dos 75 golos apontados na competição tivessem origem em lances de contra-golpe. "Conseguir fazê-lo com eficácia foi umas das chaves para o nosso sucesso".
Os lances de bola parada mostraram-se ainda mais importantes, estando na origem de 27 por cento dos golos apontados, enquanto os cruzamentos resultaram em assistências para 40 por cento dos golos. O triunfo por 6-2 da Alemanha sobre a Inglaterra na final foi o coroar de um torneio bastante interessante, que serviu de excelente veículo de promoção para a vertente feminina do futebol. "Isto tem uma importância fulcral para o futuro da modalidade", salientou na conferência a seleccionadora inglesa, Hope Powell. "É desta forma que se atrai o interesse de mais jovens raparigas para a prática do futebol e se leva as federações nacionais a darem maior valor ao futebol feminino e, assim, ajudarem no seu desenvolvimento".
O torneio contribuiu ainda para o estudo que a UEFA se encontra a realizar sobre lesões, com o médico Mogens Kreutzfeldt e Karolina Kristenson a apresentarem na conferência um resumo das conclusões retiradas. Para além de tudo isto, há uma ilação inequívoca a retirar da prova realizada na Finlândia: a Alemanha continua a ser a selecção a bater. "As suplentes alemãs seriam titulares nas outras selecções", destacou Powell, enquanto o seleccionador da Noruega, Bjarne Berntsen, que viu a sua equipa ser batida pela selecção germânica na fase de grupos e nas meias-finais, admitiu: "A Alemanha está um nível acima porque tem muitas jogadoras e treinadoras de topo".
Neid frisou que, também para si, nem tudo foi fácil: "Tive momentos altos e baixos, como os outros treinadores", referiu, reforçando, de seguida, a importância de o futebol feminino não se deixar, agora, adormecer sobre os louros alcançados. "Precisamos de dar muita atenção à preparação de treinadores do sexo feminino, não só para as equipas de topo como igualmente a nível do futebol de formação", prosseguiu. "Corremos o risco de deixar jovens jogadoras treinarem com técnicos que não possuem os conhecimentos tácticos necessários. Há, ainda, muito espaço para melhorar".
Fonte: UEFA
A mais recente edição da revista apresenta uma reportagem sobre a primeira Conferência de Treinadores de Selecções Nacionais Femininas da UEFA, realizada em Novembro, em Nyon, onde representantes de 51 das federações membro da UEFA se juntaram para partilhar conhecimentos e experiências, e para falarem das lições a retirar do Campeonato da Europa do Verão passado.
Mais de sete milhões de telespectadores na Alemanha viram a sua selecção erguer o troféu na Finlândia, e os delegados presentes na conferência mostraram-se de acordo ao afirmarem que a audiência televisiva sem precedentes foi acompanhada de grandes melhorias dentro das quatro linhas.
"Muitas das selecções presentes impressionaram-me", reconheceu a seleccionadora alemã, Silvia Neid. "Os jogos foram disputados a grande velocidade e diria que as diferenças a nível de treino, jogo posicional e tácticas em comparação, por exemplo, com a fase final de 1997, são simplesmente abissais".
O director-técnico da UEFA, Andy Roxburgh, concordou e realçou as melhorias a nível das guarda-redes, qualidade de cruzamento e finalização, e uma maior flexibilidade táctica. "As principais selecções provaram como a constituição da equipa é importante", destacou. "Uma estrutura defensiva disciplinada e uma linha de ataque fluida e criativa tiveram grande relevo".
A disciplina defensiva, contudo, não impediu que se registasse no torneio uma média de três golos por jogo, apenas ligeiramente abaixo da registada na edição de 2005 e superior à verificada nas duas edições anteriores a essa. Mas as melhorias defensivas levaram, efectivamente, a que os treinadores se vissem forçados a inovar tacticamente, com destaque para a aposta na execução de rápidos contra-ataques. "Trabalhámos muito na conquista da bola a meio-campo e no lançamento de movimentos de ataque rápidos e verticais", explicou Neid, cuja equipa contribuiu para que 22 por cento dos 75 golos apontados na competição tivessem origem em lances de contra-golpe. "Conseguir fazê-lo com eficácia foi umas das chaves para o nosso sucesso".
Os lances de bola parada mostraram-se ainda mais importantes, estando na origem de 27 por cento dos golos apontados, enquanto os cruzamentos resultaram em assistências para 40 por cento dos golos. O triunfo por 6-2 da Alemanha sobre a Inglaterra na final foi o coroar de um torneio bastante interessante, que serviu de excelente veículo de promoção para a vertente feminina do futebol. "Isto tem uma importância fulcral para o futuro da modalidade", salientou na conferência a seleccionadora inglesa, Hope Powell. "É desta forma que se atrai o interesse de mais jovens raparigas para a prática do futebol e se leva as federações nacionais a darem maior valor ao futebol feminino e, assim, ajudarem no seu desenvolvimento".
O torneio contribuiu ainda para o estudo que a UEFA se encontra a realizar sobre lesões, com o médico Mogens Kreutzfeldt e Karolina Kristenson a apresentarem na conferência um resumo das conclusões retiradas. Para além de tudo isto, há uma ilação inequívoca a retirar da prova realizada na Finlândia: a Alemanha continua a ser a selecção a bater. "As suplentes alemãs seriam titulares nas outras selecções", destacou Powell, enquanto o seleccionador da Noruega, Bjarne Berntsen, que viu a sua equipa ser batida pela selecção germânica na fase de grupos e nas meias-finais, admitiu: "A Alemanha está um nível acima porque tem muitas jogadoras e treinadoras de topo".
Neid frisou que, também para si, nem tudo foi fácil: "Tive momentos altos e baixos, como os outros treinadores", referiu, reforçando, de seguida, a importância de o futebol feminino não se deixar, agora, adormecer sobre os louros alcançados. "Precisamos de dar muita atenção à preparação de treinadores do sexo feminino, não só para as equipas de topo como igualmente a nível do futebol de formação", prosseguiu. "Corremos o risco de deixar jovens jogadoras treinarem com técnicos que não possuem os conhecimentos tácticos necessários. Há, ainda, muito espaço para melhorar".
Fonte: UEFA
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